A jovem Maria Clara Lopes Rolim, de 27 anos, já tinha dois diplomas quando decidiu mudar completamente de carreira e ingressar na área da saúde. Formada em Relações Internacionais pela UFRJ e em Artes Cênicas pela Casa das Artes de Laranjeiras (CAL), ela percebeu durante a pandemia que sua vocação estava em outro caminho. O estalo veio enquanto escrevia seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) sobre Governança da Saúde Global.
“Foi com o meu TCC, somado ao choque da pandemia que, mesmo com dois diplomas na mão, eu me vi na necessidade de mudar de carreira”, contou Maria Clara, em entrevista ao jornal O Globo. Ela conseguiu nota acima do corte em 86 das 88 faculdades públicas de Medicina do país pelo SISU 2025.
A mudança de carreira exigiu dedicação total. Em 2022, a jovem começou a revisar os conteúdos do ensino médio e ingressou em um curso preparatório especializado. Com o tempo, percebeu que precisava aprimorar seus métodos de estudo e aderiu a uma mentoria personalizada.
Além do suporte acadêmico, Maria Clara contou com o apoio dos pais, Ana Lúcia e Rubens, que a incentivaram em sua jornada. Foram três anos de muito esforço, simulados, redações e revisões de provas antigas do Enem.
No resultado, a jovem viu que havia acertado 165 das 180 questões. E, além disso, sua redação foi avaliada em 960 pontos, o que, para ela, já era mais do que suficiente.
Durante o período de inscrições no SISU, Maria Clara percebeu que sua nota era suficiente para 86 faculdades públicas de medicina em ampla concorrência. Ela escolheu a UFRJ e foi aprovada em 14º lugar entre 100 vagas disponíveis.
“Ver meu nome ali foi surreal. Era a concretização de anos de muitos estudos. Abri mão de sair com amigos, de viver relacionamentos, de viajar e muito mais. Mas hoje eu afirmo que cada momento de ansiedade, cada madrugada estudando. Meus pais foram meus maiores apoiadores e, sem eles, nada disso teria sido possível. Eu não tenho como descrever o que sinto agora”, emociona-se.