O atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) protagonizaram momentos de tensão e trocaram acusações na noite desta segunda-feira (14), durante debate promovido pela Band, entre os candidatos à prefeitura de São Paulo no segundo turno.
Durante o debate, Boulos questionou Nunes sobre um suposto envolvimento em um esquema de corrupção envolvendo a administradora de uma creche. O candidato do PSOL insinuou que Nunes teria recebido um cheque, mencionando investigações da Polícia Federal (PF).
Em resposta, o prefeito ironizou a fala de Boulos, com uma tática foi usada pelo candidato derrrotado no primeiro turno das eleições, Pablo Marçal (PRTB): “Eu faço dois mil serviços por dia. É que você não sabe muito bem o que é trabalhar. Todos os recebimentos que eu tive na minha empresa, não têm nada de errado”.
Boulos rebateu afirmando que Nunes, de maneira implícita, admitiu ter recebido o cheque no escândalo conhecido como “máfia das creches”, investigado pela Polícia Federal. Nunes, que ainda não foi indiciado, é suspeito de ter mantido relações com uma empresa que supostamente emitia notas fiscais “frias” enquanto ele era vereador.
No debate, Boulos questionou a autoridade do prefeito ao falar de trabalho, especialmente após o apagão de energia que afetou a população nos últimos dias. Ele criticou a gestão de Nunes, dizendo que o prefeito estava há três anos no cargo sem realizar nada significativo e que o povo estava sofrendo as consequências disso.
“Vocês viram, ele admitiu do jeito dele que recebeu o cheque. E vem me falar de trabalho? Depois de a população viver o que viveu nos últimos dias [com o apagão de energia elétrica]? Você acha que tem autoridade? Você ficou três anos [na prefeitura] e não fez nada. O povo está sofrendo agora”, disse Boulos.
“Meus rendimentos são honrosos. Sou professor, hoje deputado. Já que você falou de questões de trabalho, eu abro agora meu sigilo bancário. Você abre o seu? Te desafio”, completou.
Outro ponto de destaque foi a queda de energia que afetou cerca de dois milhões de pessoas em São Paulo desde a última sexta-feira (11). Nunes acusou Boulos de inação no Congresso Nacional em relação ao contrato com a Enel, empresa responsável pelo fornecimento de energia. O prefeito disse que precisou ir pessoalmente a Brasília para solicitar a rescisão contratual.
Boulos, por sua vez, criticou a gestão de Nunes, afirmando que a prefeitura deveria ter tomado medidas preventivas, como a poda de árvores, para evitar os transtornos causados pelo apagão.