O vice-presidente do União Brasil e ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, avaliou, em entrevista à Folha de S. Paulo, o resultado das eleições municipais. Para Neto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) perdeu capital político e não demonstrou força enquanto cabo eleitoral o que, na avaliação do ex-prefeito, abre caminho para uma eleição mais competitiva em 2026.
Na entrevista, ACM Neto afirma que o PT foi o grande derrotado nas eleições municipais, ao não conquistar nenhuma prefeitura de capital. “Quando a gente vai observar do ponto de vista quantitativo, você tem alguns partidos que se destacaram: PSD, MDB, Progressistas, União Brasil. Esses partidos saem vitoriosos”.
Neto comentou também sobre o fenômeno Pablo Marçal (PRTB), em São Paulo, que ficou de fora do segundo turno por uma margem muito pequena. Na visão dele, não há mais espaço para força de “padrinhos políticos”.
“Houve uma época em que você colocava o poste e elegia o poste, apenas pela força do padrinho. Isso é cada vez menor no país. E aí você vem para o fenômeno, por exemplo, do Pablo Marçal. Ele, da forma como ele é, representando um certo setor da direita, acabou puxando esses votos, independente de [Jair] Bolsonaro querer evitar ou impedir isso. Essa coisa de que Bolsonaro ou Lula manda nos votos acabou. E São Paulo é uma prova disso”, disse ACM Neto.
Sucessão na Câmara
O vice-presidente do União Brasil falou também sobre a disputa pelo comando da Câmara dos Deputados, que tem como um dos nomes cotados o de Elmar Nascimento, seu colega de partido. Elmar tem buscado apoio do presidente Lula, que, por sua vez, incentivou o deputado baiano a se manter na disputa.
O parlamentar do União Brasil também formou uma aliança com o deputado Antonio Brito (PSD), que havia se colocado na disputa, mas retirou a candidatura para tentar barrar Hugo Motta (PSD), nome apoiado pelo atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Para Neto, o fato de Elmar buscar apoio de Lula não cria nenhum tipo de contradição para o União Brasil. “Primeiro, o Elmar é o candidato à presidência da Câmara do União Brasil. Eu sempre compreendi que o papel dele como deputado federal é diferente do meu. Da mesma forma, eu sei que ele compreende que eu tenho de fazer oposição ao PT. Ninguém se elege presidente da Câmara de si próprio ou de um partido só. E qualquer um dos nomes que estão aí deseja ter o apoio do governo. Óbvio”, concluiu.