Medicamento indicado para disfunção erétil, a tadalafila virou febre nos últimos tempos, em especial entre os mais jovens. O fármaco, antes não muito conhecido, passou a ser extremamente divulgado nas redes sociais, o que chamou a atenção, inclusive, para o uso muitas vezes inadequado, sem orientação médica.
Hoje, não é nem um pouco difícil encontrar perfis que fazem propaganda gratuita do remédio na internet. De influencers mais consolidados a “tiktokers” iniciantes, a tadalafila tem sido vendida como uma espécie de fórmula mágica para problemas de ereção. Além disso, também tem sido usado como remédio pré-treino, visando melhorias no desempenho da academia.
Pelo menos desde 2022, a tadalafila está entre os remédios venderam mais de R$ 1 bilhão em um ano no Brasil., segundo levantamento realizado pela Close-UP International. Em 2023, o remédio segundo lugar, atrás apenas do Ozempic.
Ao todo, foram comercializadas 43,1 milhões de unidades em farmácias em 2023, aumento de 38,9% em relação a 2022, conforme o levantamento.
A procura por medicamentos para disfunção erétil teve um crescimento 10% no mesmo período e passou de 81,1 milhões de unidades para 89,2 milhões. Apenas a tadalafila é responsável por 46,62% da demanda, diz a Close-UP.
Especialistas, no entanto, alertam para os efeitos colaterais decorrentes da utilização do medicamento. Segundo o cardiologista Brivaldo Markman Filho, professor da Universidade Federal de Pernambuco, pode haver uma grande queda da pressão arterial, principalmente após atividade física, e palpitações.
Além disso, diz, não há estudo científico que comprove benefícios do uso para atividade física. “Do ponto de vista físico-patológico, não faz sentido usar inibidores de fosfodiesterase para ganho de massa muscular”, alertou, em entrevista ao portal UOL.