A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Cármen Lúcia, participou nesta segunda-feira (22), da abertura da IV Conferência Estadual da Mulher Advogada, que ocorreu no Centro de Convenções, em Salvador. Ela discursou e relembrou episódios recentes de violência de gênero na Justiça, além de cobrar maior participação feminina na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
A ministra falou por quase meia hora para uma plateia majoritariamente feminina. “A Constituição brasileira traz, expressamente, que homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações. Se eu ficar apenas na semana passada, para fazer um recorte, um juiz negou o direito de uma mulher. Um dito julgador, porque togado, afirmou que são as mulheres que estão assediando os homens. Segundo ele porque está ‘sobrando mulher’. Mulher não é sobra, mulher não é resto”, pontuou.
Ainda no seu discurso, a presidente do TSE defendeu que a luta contra o machismo deve partir, inclusive, dos homens. “A Constituição não é bandeira para encobrir covardias, mas a matança e estupro de mulheres são permanentes atos de infâmia e covardia que continuamos mantendo. Nós precisamos de um processo de libertação, de mulheres e de homens, desses modelos cruéis”, comentou.
Ela cobrou uma maior participação feminina nos quadros da Ordem dos Advogados do Brasil e nos tribunais. “O maior número de advogados pagantes na OAB é de mulheres. Ora, somos os provedores e não somos quem temos a direção? Não é possível que possamos construir uma sociedade mais justa e igualitária enquanto não tivermos igualdade material”, salientou a ministra.