Após o assassinato da indígena Nega Pataxó, morta no domingo (21), no território Caramuru, no município de Potiraguá (sul da Bahia), após conflito por terras com fazendeiros da localidade, o governador fez um discurso duro nesta terça-feira (23) contra os policiais “equivocados”.
Segundo o cacique Nailton Muniz Pataxó, irmão de Nega e que foi baleado no conflito, policiais militares participaram do ataque junto a fazendeiros, que se mobilizaram para retomar a posse de terras invadidas pelos índios. O governador, por sinal, é indígena.
“Eu não quero que a consciência de nenhum policial, de nenhum comandante, faça a cabeça doer à noite se proteger o errado. Minha palavra de gratidão às forças policiais é diária. Trata-se de um profissional igual a nós. Quero pedir ao Ministério Público (MP) e à Justiça para que possam responder pelas obrigações como ser humano. Não vamos pegar mole ou leve com equivocados. Não vai ser com farda ou patente que vamos baixar a cabeça”, disse Jerônimo em discurso durante o lançamento da operação de segurança do Carnaval, no auditório da União dos Municípios da Bahia (UPB), no Centro Administrativo (CAB), em Salvador.
Jerônimo afirmou que os policiais devem ser “guardiões da paz”. “Eu não quero que a consciência de nenhum policial, de nenhum comandante, faça a cabeça doer à noite se proteger o errado. Minha palavra de gratidão às forças policiais é diária. Trata-se de um profissional igual a nós. Quero pedir ao Ministério Público (MP) e à Justiça para que possam responder pelas obrigações como ser humano. Não vamos pegar mole ou leve com equivocados. Não vai ser com farda ou patente que vamos baixar a cabeça”, frisou.
O governador disse que uma polícia que garante a segurança para três milhões de foliões nos circuitos do Carnaval de Salvador pode conter o conflito agrário no sul da Bahia. Ele argumentou que “patente serve para outra coisa, para comandar una tripa, um grupo, dirigir”.