Vereadores de Salvador têm promovido uma série de encontros com a população e representantes do trade turístico, para tratar sobre problemas que envolvem o Carnaval. Na última segunda-feira (27), por exemplo, os parlamentares se reuniram com integrantes da Associação de Moradores e Amigos da Barra (Amabarra) e do SOS Carnaval. Durante o encontro, eles ouviram queixas dos moradores da Barra e bairros vizinhos, que defenderam a mudança do circuito Dodô (Barra-Ondina).
Já na terça, os vereadores se reuniram com representantes do trade turístico, mais especificamente, do setor hoteleiro, onde defenderam a criação de um terceiro circuito no Comércio. Para isso, os parlamentares defendem que seja realizado um plebiscito, para que a população decida onde deverá ser implantado um novo espaço da folia.
“Queremos fazer um plebiscito porque a prefeitura não é a dona do Carnaval, o Carnaval é da população. Assim, poderemos definir onde queremos o terceiro circuito”, como afirmou o vereador Maurício Trindade (PP).
Ele explicou que ainda não há definição sobre o formato dessa consulta pública. “Ele pode ser realizado por meio de pesquisa ou de votação digital, estamos reunindo todos os atores envolvidos para trocar ideias, mas vamos lançar o plebiscito”, assegurou Trindade, ao defender o Comércio como a alternativa mais viável para implantação do novo circuito.
“Sem contar que essa mudança também contribuiria para a revitalização da região”, disse ele, ao lembrar que a Avenida França “é super larga e possui quatro pistas de um lado e quatro do outro”, o que facilitaria a montagem de arquibancadas e camarotes. O vereador apontou ainda que a criação deste circuito deve beneficiar o bairro e ampliar a movimentação econômica na cidade. “Daqui a pouco você vai começar a comprar imóveis para fazer hotel, fazer apartamentos, alugar para quem quer assistir o Carnaval”, defendeu.
Reclamações da população
Os vereadores ressaltaram que há muitas queixas sobre a superlotação do Carnaval na Barra. Moradores do bairro, por exemplo, reclamam que, apesar de pagarem altos impostos, precisam conviver com um grande número de eventos ao longo do ano, incluindo o Carnaval, que agora dura mais de 12 dias, além de um mês de preparação.
Durante esse período, enfrentam o fechamento de ruas, dificuldades de locomoção e o barulho intenso causado pela montagem das estruturas e pelos ensaios em trios e palcos.