Uma enfermeira de 45 anos denunciou uma colega de trabalho por racismo. A situação aconteceu na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no bairro Phoc II, em Camaçari, no dia 21 de dezembro.
A vítima relata que não havia nenhum tipo de desentendimento anterior entre as duas. No entanto, segundo relatado, a colega começou a se dirigir a ela de maneira agressiva e com expressão facial fechada: “Ela disse que eu era escrava dela, que deveria estar no tronco tomando chibatadas e, já que estou aqui [na UPA], deveria trabalhar por ela e por mim, nem deveria descansar, sendo que ela é enfermeira igual a mim e ainda disse que eu não deveria nem tomar banho”.
A vítima informou que procurou a coordenação da UPA para denunciar o ocorrido e, de acordo com ela, a gestora da unidade não tomou providências. “A coordenadora colocou para trabalhar com ela depois do caso, mesmo sabendo da situação”, afirmou.
Além disso, a coordenadora não teria buscado um diálogo formal sobre o ocorrido, apenas mencionado no corredor que a suspeita havia “confessado o que falou”. O informado foi de que “chamaria a colega para conversar”. “Eu pedi o relatório com a confissão da colaboradora, mas ela disse que não me daria, era para eu procurar os meus direitos”, frisou a denunciante.
Sentindo-se vulnerável e sem o apoio necessário, a enfermeira formalizou a denúncia na 18ª Delegacia Territorial, acompanhada de um advogado.
Trauma
O caso gerou um grande impacto na profissional, que relatou estar com muito medo de retornar ao trabalho. “Continuo em casa, com muito medo de ir para o trabalho e ter que lidar com a situação”, disse ao portal PS Notícias.
A enfermeira pretende retornar ao trabalho, mas alertou que, caso não se sinta bem ou segura, solicitará novo afastamento. “Se eu não me sentir bem, não me sentir segura, vou pedir afastamento de novo”.
O outro lado
Também procurada pelo PS Notícias, a acusada, denunciada por racismo, expressou arrependimento pelo ocorrido e pediu desculpas.
Ela contou que, em um plantão intenso na UPA, fez uma “brincadeira” que a machucou, embora não tivesse a intenção de ofender. Afirmou que o comentário foi feito em um momento de cansaço e dirigido a todas as colegas, não apenas à denunciante.
Fonte: PS NOTICIAS