Dependendo da região do Brasil onde você estiver, fazer gestos com as mãos pode ofender facções criminosas e até resultar em mortes – como caso de um jovem de 16 anos, assassinado em Jericoacoara, no Ceará, esta semana. O garoto foi morto após postar uma foto fazendo um sinal que é símbolo de um grupo criminoso que atua no Estado.
Pai do rapaz explica ao UOL que o filho posou para a câmera fazendo o número “3” com os dedos, sem saber que ele representava a facção. Depois disso, o adolescente acabou morto na madrugada de segunda-feira (16), uma semana antes do Natal.
O caso chocou o país e deixou o alerta para aqueles que vão viajar e passar o fim de ano em outros lugares do Brasil, até porque esta não é a primeira vez que se tem notícia de um inocente morto por imitar (sem saber) algum sinal do crime organizado.
Diante disso, é preciso cuidado redobrado com os sinais feitos na hora de registrar momentos durante as férias em qualquer canto do país.
Na dúvida, não faça: confira símbolos que podem representar facções
No mundo do crime, esses gestos que antes eram reproduzidos usualmente por qualquer pessoa ganharam significados mais profundos e hoje podem indicar alianças ou rivalidades entre os grupos criminosos.
Os mais conhecidos são sinais fazendo os números “2” e “3”, independente da distribuição dos dedos. Os significados variam de região para região. Por exemplo, o “3” pode ser associado ao Primeiro Comando da Capital (PCC) e ao Bonde do Maluco – área em que a pessoa estiver é que determinará a qual facção o símbolo representa.
Além disso, fazer “2” com as mãos costuma ser um gesto do Comando Vermelho (CV) e pode provocar retaliações por facções rivais. “L”, arminha, mão chifrada e “hang loose” também são sinais não recomendados pela polícia.
Em alguns estados e cidades, guias turísticos já avisam aos visitantes para não fazerem símbolos na hora de tirar fotos.
Além das mãos: corte e cor de cabelo também podem ser um perigo
Em resumo, a recomendação, de modo geral, é não fazer gesto algum e apenas sorrir. No entanto, as facções não se reconhecem apenas com sinais pelos dedos, mas também com a quantidade de traços nos cortes de cabelo, braços cruzados como escudo e coloração das madeixas.
Desse modo, especialmente nesta época do ano em que muita gente viaja desinformada, é necessária muita cautela para não acabar sendo morto por adotar um visual ou gesticular, algo que nem imagina ser a representação de lideranças do crime.