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    Jessica Senra foi de “odiada” por PMs e menosprezada por Bolsonaro à bancada do Jornal Nacional; relembre trajetória

    Jessica Senra parece estar de malas prontas para deixar a TV Bahia. Nesta quarta-feira (4), a jornalista anunciou que deixará o comando do programa ‘Bahia Meio Dia’, que divide com Vanderson Nascimento, mas há quem diga que ela deixará mesmo a emissora onde esteve por seis anos, uma trajetória marcada por polêmicas.

    Conhecida por seus discursos fortes, principalmente em defesa à mulher, a apresentadora ganhou alguns “inimigos” neste período em que esteve na afiliada da TV Globo. Alguns deles foram policiais militares por causa das constantes críticas quando noticiados casos de má conduta dos agentes.

     

    Em um dos episódios, Jessica chegou a chamá-los de capitães do mato, o que terminou com uma ação na Justiça. Um subtenente que se sentiu ofendido com a expressão tentou processá-la, mas acabou não tendo o pedido acatado. Na época, a 4ª Turma Recursal do Tribunal de Justiça da Bahia manteve a sentença que negou pedido de indenização por dano moral feito por um subtenente da Polícia Militar.

    Apesar disso, no ano passado, um discurso ao vivo surpreendeu após ela sair em defesa dos PMs. Ao falar do júri popular do policial militar Nildson Jorge Sousa França, acusado de matar a menina Geovanna Nogueira da Paixão, de 11 anos, no Jardim Santo Inácio, em Salvador, em 2018, a jornalista saiu em defesa da corporação.

    “Dificilmente minha gente, um policial dentro de uma comunidade, vai atirar deliberadamente para matar uma criança. Dificilmente vai ter a intenção de matar um inocente e é por isso que a gente sempre critica aqui a política de segurança pública do Estado. Você dizer que é o policial que matou a criança é você isolar um problema muito maior, é tirar a responsabilidade de quem tem, que é o comando da PM, Secretaria de Segurança Pública e sobretudo Governo do Estado, com essa política de enfrentamento. Pegam os policiais, colocam dentro da comunidade, onde traficantes altamente armados recebem, muitas vezes, a bala mesmo. Se coloca a PM para resolver um problema que é social, de falha histórica do Estado, se coloca a PM para solucionar nesse tiroteio”.

    Outro que colocou a jornalista como alvo foi o deputado federal Eduardo Bolsonaro, que também é Policial Federal e filho do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em 2020, ele utilizou seu perfil oficial no Twitter para rebater as falas de Jessica e chegou a chamá-la de “reportezinha lacradora da Globo”. Ele contestou o discurso de Jéssica, que sugere que a PM deriva dos antigos capitães do mato, pretos e mestiços, contratados pelos senhores para vigiarem e caputarem escravizados.

    Mas, por falar em Globo, um dos pontos mais altos da passagem de Jessica pela emissora aconteceu antes de tal polêmica. Em 2019, ela se tornou a primeira baiana a apresentar o Jornal Nacional ao lado do jornalista Ayres Rocha, da Rede Amazônica Rio Branco. Desde então, passou a integrar o rodízio fixo do programa, junto a Márcio Bonfim, da TV Globo Nordeste, e Aline Aguiar, da TV Globo Minas, voltando a apresentar o JN em fevereiro de 2020, com ninguém menos que Heraldo Pereira.

     

    Em 2021, Jessica chegou a ser afastada depois de ser diagnosticada com síndrome de Burnout, um distúrbio psíquico causado pela exaustão extrema, sempre relacionada ao trabalho de um indivíduo. Depois de quase dois meses fora do ar, ela retornou em agosto daquele ano para apresentar o telejornal.

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