Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelam que o Pará, estado que sediará a 30º Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP 30), em 2025, registrou o maior índice de queimadas no Brasil em 2024.
O fogo, iniciado em julho, espalhou-se pelos meses seguintes, alcançando 53 mil focos de incêndio e atingindo uma marca histórica não vista desde 1998. Segundo informações do G1, nesta terça-feira (4), a nuvem de fumaça atingiu uma extensão de 2 milhões de km².
Os meses de agosto e setembro foram os mais críticos, com a mancha de fumaça cobrindo parte significativa do território nacional. Em algumas regiões, o céu perdeu o tom azul, um reflexo da gravidade da crise.
Apesar de o governo federal ter reduzido o índice de desmatamento em 30,63% entre agosto de 2023 e julho de 2024, o número de queimadas ainda está longe de atender à meta de Carbono Zero até 2030. O desmatamento ilegal continua sendo um dos principais fatores para o aumento das queimadas.
Santarém, um dos municípios mais atingidos, decretou estado de emergência devido à baixa qualidade do ar. O número de doenças respiratórias na cidade aumentou 42,56% em relação ao mesmo período de 2023, segundo a Secretaria de Saúde local.
Em setembro, a Força Nacional foi mobilizada para combater incêndios na região, com mais de 1.700 profissionais, 11 aeronaves, 20 embarcações e 300 viaturas, segundo o Ministério do Meio Ambiente. No entanto, a presença das forças foi temporária, deixando comunidades locais vulneráveis.
Além disso, o governo federal sancionou o Projeto de Lei nº 1.818/2022, que institui a Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo. Apesar das iniciativas, os desafios para controlar os incêndios e proteger a Amazônia permanecem significativos.