O prefeito Ricardo Nunes (MDB) processou o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) por danos morais. A causa do processo foi os comentários realizados por Boulos em um podcast, onde o deputado acusou Nunes de participação em atividades ilícitas e corrupção.
Boulos, durante a entrevista, fez acusações contra o prefeito, relacionando Nunes em roubos e complôs ilegais. Em resposta às declarações, Nunes abriu um processo por danos morais, e pediu uma indenização de R$ 50 mil.
As acusações de Boulos surgiram no contexto de uma discussão sobre uma emenda constitucional proposta para eliminar saídas temporárias de prisões. Boulos afirmou que, enquanto alguns criminosos estão presos, outros, como o prefeito de São Paulo, estão livres.
Em coletiva na sexta-feira (20), Nunes quebrou o silêncio sobre as acusações, falou sobre a necessidade de manter a política dentro dos limites éticos e a importância de buscar reparação judicial contra difamações.
Boulos defendeu seu posicionamento, enfatizando que não está sozinho em seus questionamentos sobre a gestão de Nunes. Ele apontou para preocupações emergentes, como contratos emergenciais sem licitação e lavagem de dinheiro por parte da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) em contratos de ônibus.
O parlamentar deu um passo para investigar a administração de Nunes. Boulos acionou o Ministério Público de São Paulo para investigar os contratos da prefeitura com empresas supostamente ligadas ao PCC, argumentando a falta de precauções contra a infiltração do crime organizado em contratos públicos.
Boulos ainda pressionou Nunes para explicar as relações entre a prefeitura e duas empresas de ônibus supostamente ligadas ao PCC. Contudo, não teve respostas dos aliados de Nunes após a revelação de que um dos coordenadores de sua campanha recebeu doações de um dos empresários detidos no caso.
O deputado publicou um post com o seguinte texto:
“GRAVÍSSIMO! Diretores de duas empresas de ônibus de São Paulo foram presos hoje por ligação com crime organizado. Essas empresas receberam da prefeitura na gestão Ricardo Nunes R$ 800 milhões e uma ainda pegou a concessão do transporte aquático na Billings sem licitação. O prefeito deve explicações ao povo de São Paulo. Esse absurdo não pode ficar sem investigação”.
Em resposta, Enrico Misasi, secretário Executivo de Relações Institucionais da Prefeitura de São Paulo, contestou as alegações de Boulos em uma postagem, fazendo ligação a um artigo do jornal Folha de S.Paulo.
“Boulos cobra explicações do prefeito Ricardo Nunes, que foi pra cima das empresas de transporte investigadas e está desde cedo trabalhando para que os ônibus não deixem de circular e a população não seja prejudicada. Mas quem tem de dar explicações é Boulos”.