O delegado federal Marcelo Bormevet imprimiu em setembro de 2020, durante mandato de Alexandre Ramagem como diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) um relatório sobre o delegado Daniel Rosa, que, à época, conduzia a investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), em 2018.
Segundo o jornal O Globo, Os registros constam nas investigações da Polícia Federal (PF) e foram recuperados pela Controladoria-Geral da União (CGU).
A linha de investigação da PF é saber se a “Abin Paralela, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), espionou ilegalmente o andamento das investigações sobre o assassinato de Marielle. O delegado foi afastado do caso no mesmo mês pelo então novo secretário da Polícia Civil do Rio, Allan Turnowski, que mudou a estrutura da delegacia que cuidava da investigação do assassinato da vereadora do Rio.
Durante a investigação para entender a participação de Ramagem na operação, a PF identificou que a promotora da Justiça do Rio de Janeiro Simone Sibilio, que na época, estava à frente do caso de Marielle, também foi monitorada. Além do currículo da promotora, integrantes da Abin imprimiram arquivos relacionados ao caso entre 2019 e 2021.
Em junho de 2021, outro agente da Abin, Felipe Arlotta, imprimiu um documento relacionado à federalização do caso Marielle. Em setembro de 2019, a então procuradora-geral da República, Raquel Dodge, apresentou um pedido para que as investigações do caso fossem conduzidas pela Polícia Federal e Ministério Público Federal. O pedido foi negado pelo Superior Tribunal de Justiça em maio de 2020.
À época do documento impresso, Felipe Arlotta cumpria missões na Abin sob o comando de Ramagem. Um dos episódios em que, segundo a PF, essa estrutura informal foi usada envolve a tentativa de tirar Renan Bolsonaro, filho de Bolsonaro, da mira de uma investigação que apurava tráfico de influência no governo, caso que foi arquivado.