Para a cigar somelière Carolina Macedo, sócia da Bulldog Tabacaria, na capital paranaense, é inegável que centenas de pessoas são periodicamente ludibriadas por essa fraude. “No entanto, após anos de experiência no mercado, podemos afirmar que há dois tipos de consumidores: os que foram realmente enganados e os que, conscientemente ou suspeitando da fraude, fazem vista grossa para as discrepâncias, que são muitas”.
“Um charuto cubano é um produto de luxo, com uma produção limitada e uma qualidade ímpar. Ninguém venderá um produto desse calibre por uma fração do preço sem que algo esteja errado. Não existem parentes, amigos ou vizinhos capazes de obter grandes quantidades de um produto cobiçado mundialmente, o que é a narrativa mais usada pelos golpistas”, explica.
Ela explica que a Emporium Cigars, única importadora oficial de charutos cubanos no Brasil e responsável pela denúncia que desencadeou a operação, enfrenta atualmente uma maior lentidão na importação de novos charutos. Isso cria um vácuo no mercado, tornando-o mais suscetível a falsificações.
“Entendo que uma das funções das tabacarias idôneas envolve não apenas o fornecimento do produto oficial como também a educação dos clientes para que estejam atentos a possíveis fraudes”, conta Carolina.
A cigar somelière da Bulldog fornece algumas orientações para evitar que os consumidores caiam sejam enganados:
1 – Confira as tabacarias parceiras da Emporium no site oficial. Certifique-se de que as caixas possuem os selos da Emporium e um código de rastreio.
2 – Desconfie de preços muito baixos, pois diferenças extremas podem indicar falsificações.
3 – Fique atento a linhas e marcas extremamente diferentes do padrão. Desconfie de transações com fontes duvidosas, como o “amigo do primo da sua vizinha”.
“Em caso de dúvida, permaneça vigilante. Nunca compre sem garantias de autenticidade e legalidade. Lembre-se, o charuto entra na sua boca, e nem sempre a sorte estará do seu lado, podendo resultar em produtos de qualidade duvidosa”, finaliza Carolina Macedo.