A população argentina enfrenta dias de preocupação devido ao aumento exorbitante dos preços, enquanto o Congresso debate dois enormes pacotes de reformas. “Todos estão em uma situação pior”, destaca uma manchete de um noticiário local. Outro canal informa que comprar sorvete se tornou um luxo.
O presidente argentino, Javier Milei, conhecido por suas políticas ultraliberais, assumiu o governo há mais de um mês com a expectativa de reforçar a inflação por meio de dois projetos abrangentes: um mega decreto e a chamada “Lei Ómnibus”. Esses pacotes englobam mais de mil medidas destinadas a transformar o sistema econômico do país, introduzindo os princípios do mercado livre em praticamente todas as áreas.
O mega decreto está em vigor, aguardando aprovação ou rejeição por uma das câmaras do Congresso, e também está sendo alvo de diversos recursos que questionam sua constitucionalidade. Isso tem gerado uma especial atenção e confusão em torno dessas questões, dificultando a compreensão do cidadão comum sobre o que realmente está acontecendo.
O próprio Milei contribuiu para essa desilusão ao afirmar que os resultados de seus ajustes “serão percebidos em 15 anos”. Ele iniciou com uma desvalorização de mais de 50% na taxa de câmbio oficial.
Os números da inflação de dezembro são alarmantes: 25,5%, com um acumulado de 211,4% em um ano, o mais alto desde junho de 1991 (200,7%), de acordo com o órgão oficial de estatísticas Indec. A inflação resultou em uma queda de 20,3% nos resultados desde dezembro, conforme indicado por um relatório da Central de Trabalhadores da Argentina.