O caso de um empresário bolsonarista de Santa Catarina que gravou um vídeo de si próprio empunhando um facão e dizendo que a peça, inscrita com o nome de Jair Bolsonaro e uma imagem do ex-presidente, destinava-se a “cortar a cabeça do Lula” chegou às mãos de Alexandre de Moraes nesta semana.
Em novembro de 2022, quando as imagens circularam nas redes sociais, Gilberto Sandri foi alvo de uma queixa do Ministério Público catarinense, que a Justiça estadual remeteu à Justiça Federal em Santa Catarina.
De acordo com a coluna de Guilherme Amado, do Metrópoles, o Ministério Público Federal em Santa Catarina apontou que o caso de Sandri pode envolver delitos de ameaça e crime contra o Estado Democrático de Direito e lembrou que no Supremo Tribunal Federal (STF) tramitam inquéritos para investigar a atuação de milícias digitais bolsonaristas e as responsabilidades quanto ao 8 de Janeiro. Para o crime de ameaça ser processado, deve haver representação da pessoa alvo do delito.
Assim, a Procuradoria pediu que os autos fossem encaminhados ao STF, no que foi atendida pela Justiça Federal em dezembro. O processo foi autuado no Supremo nesta quinta-feira (18) e remetido ao gabinete de Moraes, relator das investigações.
Depois da repercussão do vídeo, o empresário bolsonarista se disse arrependido. Gilberto Sandri negou, em um novo vídeo divulgado à época, ter intenção de ferir alguém e classificou suas declarações contra Lula com o facão em punho como “brincadeira de mau gosto”.